terça-feira, 28 de julho de 2009



segunda-feira, 27 de julho de 2009

Com voces a vida vale muito ser vivida.

Amigos,
Foi uma tarde maravilhosa a de quarta.Essas pequenas coisas mostram que a vida vale a pena.Estou com saudades.BJS .Andrea e Bia

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quarta-feira, 22 de julho de 2009

Projetos, cachorro-quente e Rio de Janeiro

O encontro.


Bia e sua filha bailarina.


"Agora entendi porque as mulheres demoram no banheiro", Alexandre.


Sofá-coração-de-mãe.


(pontinhos)


Bia e a estátua viva.

Urca

Amigos, essa é minha impressão sobre o dia hoje, espero a de vocês:


Nada melhor que a felicidade inesperada
No torvelinho da cidade, um descanso
No rápido compasso do tempo, uma parada.

Bondinho vai, bondinho vem
E tudo indo muito bem, tudo indo
Na graça da praça da parca Urca
Vejo o Rio: continua lindo

Hoje não tem luar na Praia Vermelha
Só o Cristo que ilumina
Um beijo seco
Um clic certo
Um raro olhar de desejo
Revela a beleza cotidiana da vida.

terça-feira, 21 de julho de 2009



segunda-feira, 20 de julho de 2009




sobre o vento ela e a mas amada,ela dança no ar faz a alegria de quem tem nela uma amiga, companheira leal que mesmo quando vai embora, faz a alegria de outro alguém.
Nesse momento ela e eu somos um, nós completamos de um modo unico.



O MENINIO SORRINDO E A PIPA SUBINDO DA GOSTO DE VER, E A LIBERDADE DO MENINO COM A PIPA SUBINDO SUBINDO,PRESCISO EXPERIMENTAR







domingo, 19 de julho de 2009

introdução:
as pipas são conhecidas em todo o territorio nacional e tambem no esterior.em minha pesquisa pude constatar que elas são quase unanimidade entre os homens independente de idade,religião,situação financeira e ate mesmo opção sexual, elas estão presentes na infancia, adolescencia, idade adulta e velhice. mas oque me intrigou foi como esse objeto ganhou tanta popularida e ao longo do tempo se tornou muito mas que uma brincadeira. se você pedir a um homem para listar suas coisas favoritas certamente a pipa vai aparecer nesta lista junto com o futebol, cerveja e mulher,entre outros. mas a pipa ocupa um lugar de destaque na infancia e ao entrevistar alguns meninos descobri que soltar pipa e mas que lazer, nesta brincadeira os meninos aprendem a ter responssabolidade, etica, respeito,alto controle,prudência, espirido de equipe e coragem. Notei que a maneira que soltam pipa diz muito da personalidade de cada um,o modo que dibicam a forma que abraçam,como fazem pra cortar, se soltam um gilbertão ou um gereco tudo isso e parte de algo muito importante em suas vidas. Para quem encherga a pipa como um instrumento pra comunicação marginal gostaria de mostrar o lado oposto dessa moeda que e por exemplo a relação de respeito mútuo que a entre quem solta pipa, para mim e evidente ao ouvir relatos de meninos que transformam dificuldades em diversão, de criançãs que me afirmaram não trocar a pipa por um video game ou meninos que deixam seus brinquedos caros e sofisticados para brincar de soltar pipa na frente do ventilador. A pessoas que fizeram da o produção artesal de pipa sua renda e orgulham disso, por isso afirmam que seus filhos devem passar por essa experiencia para aprender a dar valor ao dinheiro. Quando eu me refiro a produção artesanal quero dizer que pegam bambu, papel fino ou sacola plastica, cola e linha e transformam em pipas. A Pipa como terapia ''PIPATREPAPIA'', fonte de renda ou diversão me mostrou que e muito mas que um objeto e muito mas que uma paixão, constatei que a pipa uma cultura popular e uma paixão nacional ...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Projetos e castanhas carameladas

domingo, 12 de julho de 2009

Muito bom!!!

Pessoal, estou apanhando aqui para conseguir postar... Essa vida de blogueira não é pra mim, talvez numa próxima encarnação! :-)
Bom, mas vamos lá. Não consegui ver todo o material que vocês publicaram, mas li os resumos mais recentes: visita a minha vizinha Leão de Nova Iguaçu e entrevistas na escola.
Em relação à primeira, fiquei tão empolgada que fui pesquisar mais sobre a escola de samba e fiquei curiosa para saber se algum dos compositores do samba vencedor de 1992 (Tavinho da Fé, Carlinhos Pretinho e José Jorge) estavam por lá no dia das entrevistas. Como você está pesquisando isso, já deve saber que foi o único ano em que a Leão chegou ao Grupo Especial: uma glória pra escola, que é muito pobre.
Caso ainda não tenho visto, tem um site que traz um pouco da história da agremiação e até letras de sambas-enredo, incluindo o de 1992: http://www.sambariocarnaval.com/leao.htm.
Ah, também achei curioso e diferente o cardápio do dia, já que a feijoada me parecia reinar absoluta nas quadras de escolas de samba do Rio. Peixe? E olhe que nem tem a desculpa de que seja algo típico de Nova Iguaçu. Vai ver esse leão adota uma dieta mais saudável, né? :-)

Agora, falemos das normalistas. Muito boas as entrevistas com o inspetor (é isso mesmo?) e a professora e ex-aluna.
Fiquei lendo e lembrando da Malu Mader, em Anos Dourados. Essa imagem bateu mais forte do que os personagens do Nelson Rodrigues. Engraçado, né?
Bom, mas fiquei curiosa pra saber dos entrevistados até que ponto a exigência de uniforme das normalistas reflete numa cobrança do vestuário dos professores. Será que o inspetor também se "policia" na hora de se vestir pra trabalhar? Já que eles cobram tanto, também se sentem cobrados pelas alunas?
É isso, pessoal.
Boas pesquisas e trabalhos a todos.
Beijos.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

A galera mandou ver !!!

Amigos,

adorei os trabalhos. Vocês estão mandando ver nos Projetos. Ilana deve estar muito feliz com os
trabalhos!!!! Me desculpem por não ter ido hoje. espero que tenha sido proveitoso para todos.
Se tiverem comentários me deixe a par de tudo. Beijos, Andréa.

Domingo de Sol


Domingo de sol, cerveja, samba. A quadra já estava agitada por volta das catorze horas, quando cheguei. Para me situar, logo peguei o papel que informava a quem eu deveria procurar e interrompi a conversa de dois senhores que julguei serem integrantes da escola. Acertei. Sr. Menílson me recebeu com um abraço tão caloroso e receptivo que interrompeu minha apresentação e me envergonhou pelo fato de que talvez ele já me conhecesse e eu não me lembrava.
Naquele dia eu ia perceber que receptividade é uma característica comum no mundo do samba. Ele reservou uma mesa para eu me acomodar e trouxe água para eu beber. Me disse para que esperasse um pouco, pois estava ali desde cedo, preparando a quadra para os convidados, ajeitando o som, e que trocaria de roupa na casa dele, que era ali na rua mesmo e já voltava para conversarmos a respeito do assunto de meu interesse.
Nesse intervalo, fui tirar fotos. Num dia de goleada da seleção brasileira e do Flamengo, a disputa na quadra era outra. A escola de samba Leões de Iguaçu, que possui um passado de glória e notoriedade, também se revelara um celeiro de grandes talentos. Esse ano o enredo vai ser em homenagem à sua cria mais ilustre: Neguinho da Beija-Flor. Ali, de noite, ia ser a entrega da sinopse do enredo e a formação das comissões para o carnaval 2009.
Na espera, me aproximei de um senhor que, de costas, apresentava estampada, na camiseta, a palavra: compositor. Me apresentei como aluno da Escola Livre de Cinema e pedi sua atenção para uma conversa.


Zé do Pagode, 54 anos, é compositor de quatro sambas enredo campeões na escola. Começou a compor em 1974, na primeira disputa de sambas em que participou, na própria Leões. Figura simpática, de riso fácil, Zé do Pagode me revelou que trabalhava em telecomunicações há 30 anos e que seu sonho era poder se sustentar com a música. Além da escola iguaçuana, Zé já venceu disputas de samba-enredo na vizinha Inocentes de Belford Roxo e concorreu com composições suas na Beija-flor e na Grande Rio (cuja camisata Zé estava vestindo).
Um fato marca sua trajetória de compositor: uma ocasião, Zé do Pagode venceu uma disputa de samba -enredo com competidor ilustre: Neguinho da Beija-Flor, o homenageado do ano. Sendo que , na época, já era a sexta vez que Neguinho da Beija-Flor entrava numa disputa de samba e, para Zé do Pagode, aquela era apenas a segunda experiência. Zé conta esse fato pejado de orgulho.
Agradeci e pedi para que me apresentasse a mais um compositor da escola.

Paulinho TJ, 57 anos, nascido em Nova Iguaçu, compõe há 20 anos. Esteve afastado da escola nos últimos dois anos e me informou que voltou esse ano para ajudar a agremiação. Aposentado da antiga Telerj, reclama da falta de incentivos e reconhecimento aos compositores da Baixada. Conta que, uma vez, levou suas letras para apresentar suas letras a Zeca Pagodinho mas nem mesmo foi recebido pelo cantor, cuja . equipe lhe informou que este já tinha sua equipe de compositores completa. Durante nossa conversa, Paulinho frequentemente citava nomes de seus parceiros de composição. Até mesmo quando perguntei quais são suas principais referências quando compõe, ele lembrou dos amigos: Tavinho da Fé, Juninho e o Sr. Horácio, que é o atual presidente da Leões de Iguaçu.. A certa altura da conversa Paulinho foi sambar e me deixou na companhia de Ratinho.

Ratinho tem 53 anos e é flamenguista da cabeça aos pés. Nasceu em Acari, mas se considera iguaçuano de coração. Três de seus sambas–enredo foram campeões na. Leões de Iguaçu. Mas Ratinho também compõe sambas de partido alto e outros pagodes que não divulga. Quando lhe perguntei o porquê, respondeu com uma frase emblemática: “O caminho é pesado!”. Mecânico de refrigeração, Ratinho afirma que é muito difícil sobreviver com a renda de suas composições, mas não desiste. Seu maior sonho é levar a Leões de Iguaçu para o Grupo Especial para ser campeã com um samba de sua autoria.
Zé do Pagode, meu primeiro entrevistado, voltava agora, na companhia de um amigo compositor que tinha vindo diretamente do Macapá, no estado do Amapá, para aquela ocasião.

Luiz Evangelista, de 55 anos, nasceu em Caxias mas mora em Nova Iguaçu há 41 anos. É formado em Letras e Direito na faculdade do município (UNIG). Fundador da Leões de Iguaçu, é compositor de MPB e de pagodes além de sambas-enredo e disse que, ultimamente, se interessa mais por letras com temas políticos. Inclusive, escola foi fundada por Luiz no fervor político do ano de 1968.
Multinstrumentista, formado na escola de música Villa Lobos, Luiz foi convidado para participar da comissão de carnaval de uma agremiação do estado do Amapá. Este ano, a escola ficou em quinto lugar. Além da relação entre povo e governo, Luiz disse ter sentido mais consideração pelo seu trabalho no Norte do país e aguarda o contato para continuar a parceria este ano. Com a bagagem de quem participou de festivais da década de 70, Luiz Evangelista aponta Paulinho da Viola, João Nogueira e Paulo Diniz como suas principais referências musicais. Terminei a conversa com a sensação de que ele ainda tinha mais histórias pra contar. Peguei seu email e telefones.
Conversa vai, conversa vem, mais água, mais samba e, quando me dei conta, a quadra estava quase cheia. O grupo de samba já ajeitava os instrumentos e o peixe, que era o cardápio da festa, já estava pronto. Deixei a quadra num clima que misturava ansiedade e euforia. O samba tomou conta e, naquela hora, percebi que ninguém me responderia mais nada.
Pretendo voltar lá para saber qual foi a comissão vencedora e quais dos meus entrevistados participarão das composições este ano.

Por Alexandre

As normalistas - O inspetor

Na função de inspetor do IERP há 9 anos, Miguel Santos Alves, de 54, acredita que as liberações estabelecidas esse ano, no uniforme das normalistas, resolverá constantes aborrecimentos. QUAIS AS DIFERENÇA COMPORTAMENTAIS, SE EXISTIR, ENTRE OS ALUNOS DO CURSO NORMAL E OS QUE NÃO SÃO DO CURSO NORMAL?
Eu acho que todos são iguais, a diferença é a qualificação do curso. Em relação a postura não vejo nenhuma diferença.
A única mudança é que o curso de formação de professores tem um tipo de uniforme, no curso de formação geral o uniforme é totalmente diferente, justamente para diferenciar o curso que o aluno está fazendo.

QUAL A IMPORTÂNCIA DO UNIFORME DA NORMALISTA?
Além de identificar o aluno, ele padroniza, fica uma coisa decente. Identifica o aluno na escola, na comunidade e onde quer que ele esteja.

QUAIS AS DIFICULDADES QUE VOCÊ ENFRENTA, NA SUA FUNÇÃO DE MANTER O UNIFORME DOS ALUNOS EM ORDEM? COMO LIDAR COM AQUELES ALUNOS “REBELDES”?
Tem que ter muito jogo de cintura. Hoje nós observamos que a juventude, em grande proporção, está sem limites. Está muito difícil, hoje, educar. Mas nós vamos tentando fazer o que podemos, dentro dos nossos conhecimentos a gente vai tentando passar pra eles a responsabilidade num todo, no que diz a parte disciplinar, na parte educacional...

O QUE MUDOU DE 9 ANOS PRA CÁ?
A cada ano tem uma surpresa. Como eu disse anteriormente, o ser humano, e ainda mais o adolescente, vai ficando sem limites. Essa é a grande realidade.

ESSE ANO MUITA COISA NO UNIFORME FOI MUDADA. SABE POR QUE ACONTECEU ISSO?
Já era vontade dos alunos, pelo menos em sua grande maioria. Por exemplo, era obrigatório que o aluno usasse a blusa por dentro da calça ou da saia. Hoje foi abolido. A direção resolveu abolir, até porque isso estava gerando um certo aborrecimento para todos, porque muitos entendiam, enquanto outros não. Pra evitar esse tipo de coisa, deixamos opcional. O aluno que quiser manter a blusa pro lado de dentro, ele pode, bem como usar por fora. Ele está a vontade pra escolher.

O UNIFORME SEMPRE GEROU UM RESPEITO, DEVIDO AO RECONHECIMENTO DAS “FUTURAS PROFESSORAS”. NA SUA OPINIÃO, HOJE EM DIA AINDA EXISTE ISSO?
É uma incógnita muito difícil. Porque, na minha opinião, você percebe que alguns alunos estão fazendo o curso de formação de professores não por opção própria, mas sim por vontade dos pais. Isso traz um certo aborrecimento, porque o aluno estuda contrariado, você percebe isso.

O UNIFORME CONTINUA SENDO REFERÊNCIA PARA OS ALUNOS DURANTE OS ESTÁGIOS DAS NORMALISTAS?

Eu creio que sim, impõe um certo respeito. É um exemplo que os alunos passam enquanto futuros professores. O uniforme se faz necessário sim.
Existe também o padrão da saia e eu, particularmente, não aceito que a aluna venha contrariar essa norma, ou seja, enrolar a saia. E pra que? Afinal de contas, o curso que o aluno está fazendo é de formação de professores. Para que se obtenha as responsabilidades, é necessário que o aluno cumpra na íntegra pelo menos o uso do uniforme corretamente.

O COMPORTAMENTO QUE É EXIGIDO AQUI, É LEVADO PARA DENTRO DE CASA E PARA A VIDA, APÓS A CONCLUSÃO DO CURSO?
Você observa que ao término, na conclusão do curso, após a saída do aluno, ele sente saudades. Quando encaram a vida profissional lá fora, eles valorizam. Ai existe um reconhecimento do porquê da cobrança. Eu acredito que é um aprendizado que eles vão passar futuramente para os seus alunos.

QUAL A SUA MAIOR MOTIVAÇÃO PARA REALIZAR O SEU TRABALHO AQUI?

A minha maior motivação está no convívio com todos. Exerço a minha função com amor e com carinho, graças a Deus. Me dedico de corpo e alma pra que as pessoas realmente assimilem todos esses nossos ensinamentos, não só meus, mas de todos os professores e de todos os funcionários.

As normalistas - A professora

Maria Lúcia Carvalho de Azevedo, professora do Instituto de Educação Rangel Pestana, explica e opina sobre o uso do uniforme de normalista, do ponto de vista da professora e da ex-aluna.

COMO O UNIFORME ESTÁ ASSOCIADO A UM CERTO PADRÃO DE COMPORTAMENTO FEMININO?
Depende. O uniforme é qualquer tipo de vestimenta para um grupamento. Essa questão é muito relativa porque esse uniforme foi modificado muito ao longo dos anos.
Você teve na década de 70 o uso da calça comprida, porque era uma época de muita rebelião.
Depois você retomou com aquela questão assim “mas o passado era tão bonito”...
Então, esse ideal de comportamento feminino que se tem sim por trás de um uniforme, eu considero que em todo o uniforme, até mesmo o de enfermeira, a questão da submissão da mulher. Você tem uma característica que quanto mais padronizado está esse uniforme e quanto mais ele representa aquilo que é da mulher – que a mulher seja feminina, seja toda arrumadinha, toda limpinha – acaba esses uniformes trazendo sim por trás da aparência uma série de outras coisas, que é a questão do poder, da questão do estereótipo da mulher “bonitinha”.
Você vê que o uniforme tende a favorecer um biótipo: a saínha preguiada na cintura, as mulheres que são mais avantajadas de corpo ficam horrorosas dentro desse uniforme.
Ele é pensado pra seguir um padrão daquela normalista, uma menina jovem... você nunca pensa que pessoas de outras idades podem estar fazendo o curso, você só pensa na jovem.
Por isso que acaba sim estando associado a esse padrão de mulher, porque o uniforme está muito associado a essa questão do feminino e que dá um certo ar que se espera do comportamento feminino, delicado.

VOCÊ CONSIDERA QUE ESSAS QUESTÕES ESTÃO PRESENTES AINDA HOJE EM DIA?
Considero. Eu penso assim: mesmo que a pessoa não esteja pensando nisso, é uma coisa que está lá no subconsciente. Quando você vê uma aluna amassada e desarrumada, você logo pensa “puxa, arruma esse uniforme, está amarrotado”. Por quê? Quando o uniforme está fora do lugar, você tem o viés do desleixo, da falta de higiene. Então não é só uma aparência, são vários elementos que estão ai colocados.
Quando você está amarrotada, você tem a questão do desleixo.
Quando você está suja, você tem a questão da higiene.
Quando eu penso que como professor, depois eu vou exercer essas questões, como eu vou passar isso aos meus alunos?

O uniforme marca sim uma questão de status que passou, que não existe mais, e que as pessoas, mesmo não querendo, perpetuam essa questão. Mesmo que não seja uma verdade, porque hoje estar no Curso Normal não significa ter status. Até mesmo porque quem está no curso, está quase sempre por falta de opção. Se ele tivesse uma outra opção, ele estaria fazendo outro curso. Mas isso não interessa, porque é um passado que persiste.

Quando se pensa no passado, sempre aparece essa figura: a normalista, arrumada, impecável... Então querendo ou não, é uma questão que vai lá no passado.

SOBRE A QUESTÃO DO EXEMPLO PARA OS ALUNOS.
“A APARÊNCIA DO PROFESSOR, É, INCLUSIVE, UM MOTIVO DE DELEITE PARA OS ALUNOS, POR ISSO ELE DEVE SER “SAUDÁVEL, TER BOA APRESENTAÇÃO, PORTE CORRETO, VESTUÁRIO EM BOA ORDEM, SEM EXAGEROS”. O QUE PODE TANTO AUXILIAR NA FIXAÇÃO DA APRENDIZAEM, QUANTO DESVIAR A ATENÇÃO DOS ESTUDANTES.”


Querendo ou não querendo, o vestuário e a aparência é aquilo que você repara no primeiro momento. Então se você se depara com uma pessoa que está com a roupa toda amarrotada, você não quer nem saber o que houve.
O uniforme, como está ligado a aparência, também vai ter essa primeira leitura.

QUAIS FORAM AS MUDANÇAS E PERMANÊNCIAS OCORRIDAS NO UNIFORME?
Esse uniforme mudou muito pouco na sua estrutura: blusa e saia. Isso não mudou, mesmo modificando o comprimento, já foi mais curto, mais cumprido, longo... mas a saia e blusa enquanto vestimenta, aparece no uniforme sempre. Talvez por ser muito rápido de se vestir.
Eu cheguei a estudar numa escola em que a minha saia era de lã. Você tinha a saia geralmente num tecido mais nobre, e a blusa que geralmente se tinha 2 ou 3 pra poder trocar. É como o nosso “uniforme” do dia-a-dia: uma calça jeans e vai trocando de camisetas...
Então o uniforme já teve mudanças no comprimento da saia, na cor, na maga da blusa que já foi comprida, já teve abotoadura, da abotoadura passou a ser com botão.
Tem também a questão das pessoas que vão fazendo o uso do uniforme, cada vez mais, são de uma camada popular da sociedade e que não tinha no passado. A escola do Curso Normal na década de 50 era da classe média alta! Então tinham as blusas de lingerie, blusas de seda com abotoaduras. Quando se vai socializando essa entrada da camada mais popular da sociedade, vai-se trocando essa blusa por um tecido mais popular, vai-se tirando as abotoaduras e colocando os botões e depois as blusas de manga comprida são até mesmo eliminadas.
Agora tem a blusa de manga curta, mas, o bolso está sempre presente. Porque o bolso é a identificação da escola, e têm-se sempre um acessório.
Então, com o passar dos anos, já passaram o lacinho, o cordãozinho... É bem transitório. Depois do lacinho, teve a gravata, o lenço. Esses acessórios que compõem o uniforme, como ter cinto ou não, são coisas que durante o tempo vão aparecendo ou sumindo... Mas a questão da saia e blusa é permanente.

E SOBRE A QUESTÃO DA LIBERAÇÃO DA BLUSA PRA FORA ESSE ANO, QUAL SUA OPINIÃO SOBRE ISSO?
Acabou que uma questão que estava sendo sempre conflituosa, se resolveu ao abolir esse conflito. Porque era toda hora chamando atenção das alunas, para que colocassem a blusa pra dentro da saia. Chegou a um ponto tão desgastante, que foi preferível, já que isso muito pouco influencia no uniforme. Então se libera porque é muito desgastante, todo dia ver o aluno e mandar o aluno fazer uma coisa.

COMO O USO DO UNIFORME INFLUENCIA NO COTIDIANO DA NORMALISTA? (QUEM FAZ O CURSO NORMAL TEM UM OUTRO TIPO DE COMPORTAMENTO?)
O uniforme acaba influenciando, porque se ele é a identidade de um grupo, você pertence a esse grupo, então você acaba agindo conforme o grupo. Isso também é próprio do jovem: o jovem age conforme o grupo em que ele está inserido.
Naquele momento em que ele está inserido naquele grupo estudantil, que é o grupo do Curso Normal, ele tem uma característica e uma maneira de agir conforme os demais componentes do grupo. Claro que, quando ele sai daquele momento, ele vai pertencer a vários outros grupos: ele vai pro grupo da igreja, o grupo da dança, ou um grupo já que ele trabalhe.
Mesmo que alguns alunos não tenham esse comportamento, a maioria tem, que é se colocar enquanto normalista, como futura professora.
As pessoas consideram que o aluno do Curso Normal deve ter um comportamento diferenciado no sentido de que ele vai ser um futuro professor. Só que esse “vai ser” é muito utópico.
Eu penso que o aluno do Curso Normal deve agir conforme a sua idade. O que não dá é querer que uma pessoa de 30 anos se manifeste como uma de 15 e que uma de 15 se manifeste como uma de 30. Alguém etária errado nessa situação.
Primeiro o aluno deve agir conforme sua idade, depois como um aluno do Curso Normal. Porque querendo ou não, ao término do curso ele sai habilitado a ser professor. Ele pode com 17 anos entrar numa sala com 30 alunos e ser responsável por eles.
Então acaba sendo cobrado desses jovens um amadurecimento mais rápido para que ele possa realmente, ao final de um tempo, ser responsável por uma turma.

EM QUE MOMENTO OS HOMENS PASSARAMA SER ACEITOS NO CURSO NORMAL? Foi muito pelo contrário, no passado os professores eram homens. Bem no passado, não existiam mulheres como professoras. As mulheres só começaram a questão do trabalho e de serem professoras, principalmente, quando as questões econômicas fazem com que elas vão para o mercado de trabalho.
O que aproximou a mulher desse mercado de trabalho é o fato dele estar relacionado a crianças.
Quando as mulheres começaram a trabalhar, os homens queriam que elas tivessem contato com crianças, porque, em “tese”, tanto tinha o lado materno, quanto tem a parte de que sua esposa estaria saindo pra trabalhar, mas não seria com outro homem. Então eles estariam livres de qualquer situação de traição.
A entrada do homem nunca foi proibida, é importante frisar. Eu por exemplo, quando fiz o curso na década de 70, tive colegas homens.
No passado era ao contrário, você tinha muito mais homens do que mulheres.
Depois que aconteceu essa questão feminina, passou a ser quase que de lei, ou a mulher ia trabalhar em casa de família, ou ia ser professora. Se ela fosse de uma classe mais favorecida ia ser professora, se ela fosse de uma classe mais baixa ia ser doméstica.

POR QUE SERÁ QUE HOUVE A DIMINUIÇÃO DOS HOMENS?
Por uma questão também econômica, passou-se a ganhar muito pouco. Então como o homem, geralmente, na nossa sociedade é o provedor do lar, ele passou a ter trabalhos em que ele pudesse ganhar mais. E como esse trabalho passou a ser muito amplo, as mulheres continuaram e ganhando bem menos do que os homens.

Essa questão econômica é muito reforçada, o professora ganha pouco porque ele faz um trabalho afetivo. E fala-se que é um trabalho que qualquer um sabe fazer.

A especialização como professora acaba ficando um pouco atrás, porque ter que ter uma boa postura, uma boa aparência, ter que ser delicada, ter que ser afetiva, ter amor a profissão, mas ela também tem que ter muita competência, tem que estudar... Pra que você vai pagar muito pra uma pessoa que só vai fazer um trabalhinho mais ou menos?!

Aparece muito a palavra “cuidar”. Mas a professora não cuida do seu aluno, ela ensina, é diferente.

O QUE FAZ COM QUE O UNIFORME TENHA TAMANHA IMPORTÂNCIA QUE FAÇA COM QUE ELE RESISTA POR TANTO TEMPO?
Ele acaba resistindo por tanto tempo porque ele é uma marca. É uma marca de um tempo, de um grupo. Como é uma marca o uniforme de enfermeira, como é uma marca o uniforme de várias outras categorias.
Sendo uma marca de um grupo, ele acaba sendo perpetuado e mesmo que esse grupo, seja um grupo que, através do tempo, se mudou porque a sociedade mudou, ele ainda tem características próprias: é um grupo que, ao final de um tempo, vai ter a responsabilidade de ser professor. A característica não se mudou. Em qualquer lugar você está identificado como um aluno do Curso Normal.