quarta-feira, 8 de julho de 2009

As normalistas - O inspetor

Na função de inspetor do IERP há 9 anos, Miguel Santos Alves, de 54, acredita que as liberações estabelecidas esse ano, no uniforme das normalistas, resolverá constantes aborrecimentos. QUAIS AS DIFERENÇA COMPORTAMENTAIS, SE EXISTIR, ENTRE OS ALUNOS DO CURSO NORMAL E OS QUE NÃO SÃO DO CURSO NORMAL?
Eu acho que todos são iguais, a diferença é a qualificação do curso. Em relação a postura não vejo nenhuma diferença.
A única mudança é que o curso de formação de professores tem um tipo de uniforme, no curso de formação geral o uniforme é totalmente diferente, justamente para diferenciar o curso que o aluno está fazendo.

QUAL A IMPORTÂNCIA DO UNIFORME DA NORMALISTA?
Além de identificar o aluno, ele padroniza, fica uma coisa decente. Identifica o aluno na escola, na comunidade e onde quer que ele esteja.

QUAIS AS DIFICULDADES QUE VOCÊ ENFRENTA, NA SUA FUNÇÃO DE MANTER O UNIFORME DOS ALUNOS EM ORDEM? COMO LIDAR COM AQUELES ALUNOS “REBELDES”?
Tem que ter muito jogo de cintura. Hoje nós observamos que a juventude, em grande proporção, está sem limites. Está muito difícil, hoje, educar. Mas nós vamos tentando fazer o que podemos, dentro dos nossos conhecimentos a gente vai tentando passar pra eles a responsabilidade num todo, no que diz a parte disciplinar, na parte educacional...

O QUE MUDOU DE 9 ANOS PRA CÁ?
A cada ano tem uma surpresa. Como eu disse anteriormente, o ser humano, e ainda mais o adolescente, vai ficando sem limites. Essa é a grande realidade.

ESSE ANO MUITA COISA NO UNIFORME FOI MUDADA. SABE POR QUE ACONTECEU ISSO?
Já era vontade dos alunos, pelo menos em sua grande maioria. Por exemplo, era obrigatório que o aluno usasse a blusa por dentro da calça ou da saia. Hoje foi abolido. A direção resolveu abolir, até porque isso estava gerando um certo aborrecimento para todos, porque muitos entendiam, enquanto outros não. Pra evitar esse tipo de coisa, deixamos opcional. O aluno que quiser manter a blusa pro lado de dentro, ele pode, bem como usar por fora. Ele está a vontade pra escolher.

O UNIFORME SEMPRE GEROU UM RESPEITO, DEVIDO AO RECONHECIMENTO DAS “FUTURAS PROFESSORAS”. NA SUA OPINIÃO, HOJE EM DIA AINDA EXISTE ISSO?
É uma incógnita muito difícil. Porque, na minha opinião, você percebe que alguns alunos estão fazendo o curso de formação de professores não por opção própria, mas sim por vontade dos pais. Isso traz um certo aborrecimento, porque o aluno estuda contrariado, você percebe isso.

O UNIFORME CONTINUA SENDO REFERÊNCIA PARA OS ALUNOS DURANTE OS ESTÁGIOS DAS NORMALISTAS?

Eu creio que sim, impõe um certo respeito. É um exemplo que os alunos passam enquanto futuros professores. O uniforme se faz necessário sim.
Existe também o padrão da saia e eu, particularmente, não aceito que a aluna venha contrariar essa norma, ou seja, enrolar a saia. E pra que? Afinal de contas, o curso que o aluno está fazendo é de formação de professores. Para que se obtenha as responsabilidades, é necessário que o aluno cumpra na íntegra pelo menos o uso do uniforme corretamente.

O COMPORTAMENTO QUE É EXIGIDO AQUI, É LEVADO PARA DENTRO DE CASA E PARA A VIDA, APÓS A CONCLUSÃO DO CURSO?
Você observa que ao término, na conclusão do curso, após a saída do aluno, ele sente saudades. Quando encaram a vida profissional lá fora, eles valorizam. Ai existe um reconhecimento do porquê da cobrança. Eu acredito que é um aprendizado que eles vão passar futuramente para os seus alunos.

QUAL A SUA MAIOR MOTIVAÇÃO PARA REALIZAR O SEU TRABALHO AQUI?

A minha maior motivação está no convívio com todos. Exerço a minha função com amor e com carinho, graças a Deus. Me dedico de corpo e alma pra que as pessoas realmente assimilem todos esses nossos ensinamentos, não só meus, mas de todos os professores e de todos os funcionários.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial